Alguns defensores do “domingo” como dia de guarda, tem se
utilizado de um documento histórico antigo conhecido como “Didaquê” para
defender o domingo como sendo o dia observado pelos cristãos primitivos. o Didaquê
conhecido como “A instrução dos doze apóstolos” foi produzido no 1º século,
alguns especialistas o datam como sendo produzido no inicio do 2º século, mas
de acordo com Willy Rordorf as tradições contidas nele apontam para um texto
produzido no 1º século, esta obra é composta de 16 capítulos, o historiador do
4º século Eusébio de Cesareia cita essa
obra em seu livro “História
Eclesiástica” sabe-se que o “Didaque”
não teria sido escrito pelos doze apóstolos mas por autores anônimos e que ele tem
importância histórica pois apresenta a compreensão de cristãos primitivos . Será
que esse documento realmente afirma que os cristãos primitivos tinham o domingo
como um dia santo? Vamos analisar o texto do Didaque que é utilizado para
afirmar isso:
“Reúna-se no dia do Senhor para partir o pão e agradecer
após ter confessado seus pecados, para que o sacrifício seja puro.” Capítulo XIV,
verso 1.
Os apologistas que defendem a guarda do domingo afirmam
que essa expressão “dia do Senhor” que aparece nesse verso do didaque seja uma
referencia ao 1º dia da semana o domingo, deve-se notar que o texto apenas fala
de um dia santo, mas não afirma que dia é esse. Ao afirmar que esse texto esta
se referindo ao domingo alguns apologistas estão acrescentando algo que o texto
não diz, lembrando que nas escrituras o único dia que é chamado de “dia do Senhor
“é o sábado Isaías 58:13-14, Mateus 12:8, mas quando se faz um estudo completo
do didaque, a conclusão que se chega é que esse verso trata-se de uma
referencia histórica a guarda do sábado. Sabe-se que o didaque tem como base os
evangelhos, trata-se de um documento produzido com base neles isso é percebido
ao fazer sua leitura.
Sabendo disso vamos analisar outro verso do texto do didaquê
que prova que o verso do capitulo XIV se refere ao sábado:
“Os seus jejuns não devem coincidir com os dos
hipócritas. Eles jejuam no segundo e no quinto dia da semana. Porém, você deve
jejuar no quarto dia e no dia da preparação.” Capítulo VIII, verso 1.
Lembrando que o didaque tem como base os evangelhos,
quando lemos o evangelho de Lucas , ele nos informa que o “dia da preparação”
era o dia antes do sábado, a sexta feira, vejamos o versículo de Lucas 23:54:
“Era o dia da preparação, e começava o sábado.”-ARA.
Na Nova Versão Transformadora diz:
“Isso aconteceu na sexta-feira à tarde, no dia da
preparação, quando o sábado estava para começar.”-NVT.
Se o texto esta se referindo à sexta feira que é o dia de
preparação para o sábado de acordo com Lucas 23:56,
Então um que os autores do didaquê tinham em mente ao
escrever o Capítulo VIII, verso 1. E o capitulo
XIV, verso 1 de sua obra ,era o sábado e
não o domingo.
Quando ele se refere à sexta feira como dia da
“preparação” ele está afirmando
Que o sábado ainda era guardado pela igreja primitiva o
fato de o didaquê chamar a sexta feira de dia da preparação confirma isso.
Sendo assim a
conclusão é, que quando ele fala em “dia do Senhor” no capitulo XIV, verso 1
ele está se referindo ao sábado.
Autor: Wesley Renilson Silva
Referencias bibliográficas
RORDORF, W, "Didaché". In: DI BERARDINO, A.,
Dicionário patrístico e de antiguidades cristãs. Tradução de Cristina Andrade.
Vozes, Petrópolis – RJ, 2002. pags. 404, 405.
Eusébio de Cesareia. História Eclesiástica.
Didaquê -a Instrução dos Doze Apóstolos .
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